domingo, 19 de novembro de 2017

Acidez, doçura... Lucidez e loucura...: APENAS...

Acidez, doçura... Lucidez e loucura...: APENAS...: Ela acordou, abriu os olhos mas não se levantou. Apenas virou-se para o outro lado, sem intenção de voltar a dormir, embora não fosse má id...

APENAS...

Ela acordou, abriu os olhos mas não se levantou. Apenas virou-se para o outro lado, sem intenção de voltar a dormir, embora não fosse má ideia.
Não sorriu, não bocejou. Olhou as horas, apenas.
Pensou se não era uma total perda de tempo permanecer ali deitada, com tanta vida para viver lá fora: correr no parque, admirar o céu, ouvir os pássaros, tomar chuva, ver gente.
Gente... quanta gente!
Gente que vai e vem; que veio e já foi. Tanta história que passou, que foi e que não foi também.
Mas são só pensamentos de uma cabeça ainda recostada sobre o travesseiro. Sim, o travesseiro, apenas. Não tem um peito onde se aconchegar ou alguém para dar “bom dia”. Mas também não tem a ansiedade que a tomava até pouco tempo, não tem aquela pressa habitual, nem a sede do agora, nem mesmo a intensidade de todo dia.
Não há euforia, nem excitação, mas também não está ruim. Está ok, apenas.
Não tem a sensação do dever cumprido, da realização pessoal, muito menos de paz interior – bem longe disso, aliás.
Tampouco tem riso a toa ou aquele brilho especial no olhar. Não tem ninguém com ela também. Apenas ela mesma – não que seja pouco, mas é apenas ela.
Mas também não tem o peso da culpa; não tem o vazio de quem não lhe deu o devido valor – que, algumas vezes, ela também não se deu.
Acordou sem o vigor de tempos atrás, sem fogo da alma. Hoje, carrega uma sensação de APENAS: apenas a si mesma; e isso lhe basta.
Hoje. Apenas. Amanhã, provavelmente, não mais. Mas amanhã é outro dia. Apenas mais um dia...
Apenas ela, seus pensamentos, suas lembranças, seu travesseiro. Apenas.
Sim. Está lá ainda, no mesmo lugar, deitada, com seus devaneios, seu silêncio, seu momento, apenas.
Não quer entender os porquês, nem os “como”. Não vai questionar razões, nem encarar suas emoções, enfrentar seus medos. Hoje, vai aceita-los, apenas. Todos esses.
Não vai se justificar, dar explicações. Não vai lutar, confrontar, encarar nem bater de frente. Hoje, vai ser o que é, como é e porque sim, porque é. Apenas.
Leve e serena? Passiva ou até nula? Apenas não sabe. Ou não quer saber.
Sem endurecer, sem amolecer. Apenas ser. Apenas.
E quando não quiser mais, quando quiser tudo novo, de novo, vai mudar tudo. Ou apenas algumas coisas. Apenas.
Hoje, amanhã. Sim ou não. Agora ou daqui a pouco. Não importa.

Será sempre ELA... APENAS.

quinta-feira, 9 de março de 2017

Ela é MULHER!

“Lembram quando, por volta dos seis anos de idade, queríamos ser bailarinas, para vestir rosa e dançar sobre um palco? Queríamos ser professoras, pra usar óculos e saber tudo; médicas, para salvar a vida de todos; veterinárias, porque queríamos ter muitos bichos e cuidar deles.
Aos 9, queríamos ser dentistas, para arrancar os dentes das pessoas que arrancaram os nossos dentes de leite e disseram que não ia doer nada - mas doeu muito, sim!
Aos 13 anos, a gente só queria ser bonita e admirada na escola, mas era tanta espinha no rosto, aquele aparelho nos dentes, o peito muito grande, ou muito pequeno... Sumir era um desejo diário!
Aos 16, a gente só queria se aceitar, né? Tava ótimo já...
Mas aí, vieram os 18, a carteira de motorista, a faculdade, o tal “amor da minha vida”! Eram tantas realizações, tanto sonho virando realidade! Seria isso o tal “Felizes para Sempre”, que tanto falavam?
Feliz, sim... Para sempre, seria desejar demais, não é?
Depois disso, vieram emprego, diploma, o “Sim, eu aceito”, a casa, os filhos, e toda responsabilidade que aquilo carregava.
Vieram as maratonas, o crossfit, o Mestrado.
Viajamos pelo mundo, criamos filhos, cidadãos, que entraram na universidade pública, conquistaram seu espaço.
Não tínhamos mais a energia dos 15, a pele dos 18 e a ansiedade dos 21, o corpo dos 24... Mas tínhamos tudo aquilo que esperavam de nós, que exigiram de nós, tínhamos até mais.
Então, por que ainda não éramos a mesma coisa? Por que ainda estávamos um passo atrás, um degrau abaixo?
Hoje, 09/03/2017, um dia depois do “nosso dia”, depois de ler tantas homenagens na internet, mil textos no whatsapp, ganhar flor e etc, o que temos a dizer é: por 365 dias de mulheres, de pessoas, de seres humanos.
Mas talvez você não entenda isso. Talvez você ainda não saiba o que é ser mulher. Talvez você nunca saiba, sobre a essência desse Ser...
Ser completa, Ser feliz, Ser mãe e, às vezes, também pai; Ser louca, sem deixar de Ser consciente; Ser chorona e Ser durona.
É enxugar as próprias lágrimas para ser ombro do outro chorar; Ser colo pra consolar e, às vezes, Ser a cara pra bater...
Ser amiga, irmã, amante... SER tudo e, ainda assim, querer ser mais, ser melhor!
Porque isso é SER MULHER...
.

Não queremos um dia de hipocrisia; queremos uma vida de respeito.”

segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Ela é... Ele, também...

Ela é flor, ele é pedra...
Ela é dança, ele é força...
Ela, branco e ele, preto...
Ela é dia, e ele, noite...
Ela é brisa, ele trovão!
Ele é do amor... ela, da paixão!
Ele é sal e ela, pura doçura...
Ela é razão, ele, todo coração...
Ela é perspicácia, ele, toda graça...
Ela é sensatez, ele é desatino...
Ela é estrada, ele, destino...
Ele é paciência... já ela, é puro alvoroço...
Ela é abraço apertado, ele, beijo molhado...
Quando ele é lágrima, ela é ombro...
E quando ela é sombra, treva, ele é sorriso que ilumina!
Mas ela também é liberdade e ele, toda carência...
E se hoje ele for dor, só ela é bálsamo...


Porque os opostos são somente uma questão de ponto de vista... há muito mais pra juntá-los, do que para mantê-los distantes...
E a quem buscar entender, sugiro desistir enquanto é tempo...

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Querido Papai Noel..."

Querido Papai Noel,


Tudo bom? Espero que sim!
Então... Todo mundo te mandando carta, né? 

Essa época deve ser osso colocar a correspondência em dia. Ainda mais esse ano, que o povo ta meio na pindaíba, né? 2016 foi “treze”.



Bom, já que perguntar não ofende, queria saber se dava pra liberar umas coisas "pa noix", em 2017.


Veja só, eu até que fui legal nesse ano, que tá acabando, cuidei da minha vida (não só eu, mas tudo bem), não gastei mais do que podia (tentei, pelo menos), paguei "as conta tudo", enfim... 

Então, fiz uma pequena lista e o "sinhô" vê o que dá pra fazer...

1)    Imunidade para minhas canelas, no Box Jump: pode ser caneleira, plástico bolha ou um pouco mais de coordenação motora mesmo!
Afinal, treinei direitinho e não roubei nos WODs: passei o queixo nos pull-ups, quebrei a paralela nos Squats e estiquei o corpo na caixa. 
OK! Confesso que roubei em todas as séries de mountain climb e miguelei nos malditos bichos (pato, jacaré, etc). Também reclamei pra cacete nas corridas. Afff! Mas quem nunca, né?

2)    Conseguir coçar minhas costas, novamente;
Eu sei que fiquei mais forte e definida e tô amando esse negócio! Valeu mesmo pelo presente (que eu nem tinha pedido). Mas tá difícil esse lance, com braço curto, costas largas e NINGUÉM pra me ajudar com isso!
Pode ser um “coçador de costas” mesmo, já que esse negócio de "AMÔ" não tá fácil pra ninguém...

3)    Mãos de menina
 Olha, eu sei que tô meio musculosa, que não sou muito fofa, que sento no chão, que odeio princesas, que falo palavrão pra caralho... 
 Pensando bem, deixa isso pra lá...

4)   Eliminação do Pistol como exercício do CF
Porque, né?? Pra que??

5)   Punição pra quem adoça café
Senhor!!! Heresia! Não!

6)    E pra quem toma café frio, ou requentado também.
Não precisa explicar, né?

7)  Eliminar da Terra quem limpa a boca com a manga da camisa, transa de meias, chama urubu de meu loro...
Não dá, né?!

8)   Bater minha PR de Double Under, de Snatch Full, de Dead Lift, de Pull-up e fazer T2B bonito.
 Porque tá foda!

9)   Ser mais: rica, paciente, tolerante, atenta, magra...

10) Ser menos: trouxa... 

11) Ter: corpo da Aline Riscado, o guarda roupa da Ana Hickman, o marido da Shakira, a voz da Shakira, a conta bancária da Shakira, a sorte da Shakira... 
Dá pra ser a Shakira??

Pensando bem, Papai Noel... Deixa pra lá... Não traz nada não... Deixa que eu mesma compro...  

sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Que bom poder mudar de idéia...

Pensando sobre as coisas que, quando mais novos, todos nós já desejamos, me recordei de quando eu queria saber tudo, sobre todas as coisas.
Queria saber o porquê de um sim e, principalmente, os porquês de todos os Nãos da vida.
Sempre quis conhecer o Amanhã, saber o Como, o Quando e o Onde de tudo por vir... 

Queria todas as certezas nas mãos e não deixar nenhum detalhe escapar por entre os dedos.
Queria prever o futuro, ler o destino escrito, enxergar cada passo lá na frente... Olhar na direção do horizonte e ver tudo que ainda ia ser...
Imagina só! Saber tudo antes, adivinhar cada segundo antes de acontecer e não ser surpreendido por nada?! Que coisa poderosa, forte e incrivelmente... Chata...
Não saber o que vem nos dá uma das maiores liberdades da vida: o livre arbítrio!
O poder da escolha, da decisão, ter alternativas, são presentes da vida... poder errar, acertar... Errar de novo, se arrepender... Voltar atrás, rever decisões, aprender...
Porque é uma dádiva poder escolher! Escolher sem saber o resultado dessa escolha, aprender com ela e, depois, quem sabe até mudar... Mudar!
Mudar de idéia! Abrir a cabeça e rever as escolhas, decididas no escuro, as cegas, na incerteza da consequência...
Mudar de idéia e entender que isso não é falta de personalidade, mas só a mais pura e incerta humanidade... Uma chance de ser melhor...
O sábio é capaz de enxergar seu erro e sua capacidade de mudar... O ignorante, não sendo capaz de mudar de idéia, é incapaz de mudar qualquer coisa...
E que saco decidir sabendo tudo... Que saco viver tudo tão certo...
Que bom é mudar! Que bom que podemos mudar de idéia!

"A mente que se abre a uma nova idéia, jamais volta ao seu tamanho original", disse um tal de Einstein... E que mente era essa, hein...

Alessandra Zamai, em 14/10/2016 

sábado, 1 de outubro de 2016

Samuel

 Samuel entrou em nossas vidas em fins de 2013... meados de 2014... Não me recordo direito...
 Era um serzinho atípico, de humor instável, hábitos esquisitos... Pequeno, tímido... Com uma carinha linda, ainda que fechada, na maioria das vezes... Olhos pequenos, olhar distante, mas muito expressivos...
 Alguma coisa em Samuel fugia a normalidade; ele não era como os outros...
 Samuel sofria de graves problemas de saúde... Perdeu muito peso e foi desenganado; passou por um longo tratamento e, pasme: sobreviveu! Aliás, praticamente, renasceu!
 Samuel é um gato... Um gato preto, peludo... Carente, chorão, mal humorado... As vezes, faz suas sujeiras fora do lugar, tem estômago sensível, é anti social... Coisas de velho!
 Sim, Samuel já passa dos 13 anos! Velho... 
 E como todo velho, tem suas manias, chatices...
 Samuel não gosta de quase ninguém e não faz questão de esconder isso... Mas quando gosta, aluga a criatura! É velho...
 Quando Deus criou os animais, deu força ao urso, rapidez ao coelho, beleza aos pássaros, inteligência ao cão... E ao fim, quando criou o gato, percebendo que podia dar um pouco de tudo a esse animal, não hesitou! Só esqueceu a modéstia... Hahahaha!
 A maior parte dos seres humanos não tem grande afinidade com os gatos e isso se explica por não saberem muito bem conviver com um ser auto liderado e não submisso... 
 Como se parece com o homem esse tal felino... Acho que o gato é o próximo estágio da evolução humana...
 Samuel... Gato... Velho... Chato...
 Samuel, Gaston, Snatch (como eu o teria nomeado) ou, simplesmente, Gato (como eu, de fato, o chamo).
 Samuel, todo certo e todo errado... Já deve ter consumido boa parte de suas sete vidas...
 E com tudo isso, Samuel só faz transbordar amor... Amor ao imperfeito, ao improvável, ao incorreto, ao impossível... Amor de verdade!